A batalha para manter o equilíbrio

Carolyn Voisey
Mãe de um rapazinho incrível, trabalho a tempo inteiro no ensino superior e tenho o meu próprio pequeno negócio como designer/criadora de jóias. Não g...

ADVERTÊNCIA: discute a morte de uma criança
É um facto da vida que cada um de nós, a dada altura, deixará de ser uma pessoa viva e respirável. É inevitável.
E embora não seja o mais confortável dos temas a discutir, é importante fazê-lo.
Tanto eu como o J sabemos muito bem o que queremos que aconteça depois da nossa morte. E como pais de uma criança medicamente complexa e com limitações de vida, há certas realidades que temos de enfrentar.
É quase certo que teremos de enterrar o nosso filho e, embora seja um pensamento devastador, também significa que temos uma oportunidade de nos prepararmos.
Não me refiro a prepararmo-nos em si, como alguém que conhecemos disse uma vez, saber que algo vai doer não impede que o faça quando acontece.
O que quero dizer é que podemos decidir o que queremos que aconteça, onde queremos que o nosso filho receba cuidados em fim de vida e como serão esses cuidados, e que intervenções queremos e/ou não queremos que ele receba.
Trata-se de um Plano de Cuidados Avançados, algo que temi e em que fugi durante anos.
Afinal de contas, o meu filho não está a morrer, pois não?! Atualmente, está bem, feliz e a gozar a sua vida.
E enquanto for esse o caso, posso existir na minha adorável e feliz bolha e manter-me, bem, sã.
Temos a sorte de ser apoiados por uma equipa de cuidados paliativos fantástica; o consultor do Dude explicou que um ACP é como um testamento, sendo de facto chamado por alguns de "testamento em vida".
Não significa que o estejamos a descartar, mas significa que os nossos desejos estão registados para que, se/quando for necessário, nos possamos concentrar apenas em estar com ele.
Admito que isso me ajudou a colocar as coisas numa perspetiva melhor.
Enquanto sociedade, estamos a melhorar a nossa capacidade de falar sobre saúde mental, mas continuamos a hesitar em falar sobre a morte; há demasiadas pessoas que não têm um testamento, que não falam sobre a doação de órgãos ou sobre se querem ser enterradas/cremadas/ter um enterro natural.
Se, ao falarmos sobre o assunto de uma forma positiva e ao pormos as coisas em prática, pudermos garantir que a morte do nosso filho seja o mais pacífica e a melhor possível, então é algo que devemos aproveitar a oportunidade para fazer.