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Autocuidado

Sharon F por Sharon F Necessidades adicionais

Sharon F

Sharon F

Chamo-me Sharon e tenho uma filha com epilepsia e uma grave dificuldade de aprendizagem. O meu blogue é sobre a nossa vida de arame vivo.

Autocuidado

Ah, o autocuidado. Esse brilhante ideal de duas palavras que é espalhado por toda a gente, desde influenciadores a profissionais de saúde dos nossos filhos. Tenho quase a certeza de que quase todos os pais cuidadores (pais que cuidam de uma criança com deficiência) já ouviram a frase "não se pode servir de um copo vazio". Embora bem intencionada, tenho um problema com essa frase. Parte do princípio de que a principal razão para cuidarmos de nós próprios é podermos cuidar de outra pessoa. Mas todos nós temos o direito de ser felizes e de nos sentirmos bem, ponto final. Se isso fizer de nós melhores prestadores de cuidados, então ótimo, mas comecemos por nós.

Com isto em mente, gostaria de partilhar algumas coisas que me ajudaram:

1. Andar a pé

Sair. Caminhar com um objetivo, para ir buscar um litro de leite; ou caminhar só por caminhar. Normalmente, as minhas caminhadas são acompanhadas por um podcast ou por uma bela nota de voz longa de um amigo (ver 2.). Pontos extra se houver sol.

2. Notas vocais.

Não é do agrado de toda a gente, mas queria partilhar isto para o caso de ajudar alguém. Desde 2020, tenho estado em dois grupos de "notas de voz" com alguns amigos no WhatsApp. Cada grupo tem dois amigos próximos e muito fiáveis. As nossas notas de voz passaram de alguns minutos para, num dos grupos, 40 minutos em média.

No início, é uma sensação estranha, descarregar pensamentos e falar para o telemóvel, mas com o passar dos anos apercebemo-nos de que é uma forma única e extremamente valiosa de comunicar. Sem interrupções, é uma oportunidade de desabafar completamente. Depois, recebemos uma resposta de um amigo que teve tempo para pensar no que dissemos e que responde quando lhe convém. Não há mais "temos de falar em breve". Não tem de ser algo profundo e significativo, grande parte da nossa conversa é sobre o que estamos a tomar para o chá.

3. Dizer sim.

A Covid habituou-nos a ficar em casa o mais possível. Desde então, dei por mim a dizer não a mais coisas do que me apercebi. Ultimamente, tenho dito sim a cafés, jantares com amigos e encontros. Faz uma enorme diferença e não há nada como as ligações directas.

4. Deslocação.

Seja o que for que isso pareça. Corro (não muito), faço ioga e acabei de me inscrever no meu ginásio local para ter aulas. Fiz a minha primeira aula de spinning esta semana, as minhas pernas quase voaram, mas foi divertido e não consegui pensar em mais nada enquanto estava a fazer.

5. Aconselhamento.

Temos a sorte de poder pagar o aconselhamento, mas alguns serviços, como o CBT, podem ser acedidos através do NHS. Isso ajuda-me imenso.

6. Medicação.

Sabemos que é necessário cuidar de si próprio, mas encontrar tempo enquanto pai ou mãe prestador de cuidados pode ser difícil. Tentar algo, por mais pequeno que seja, é um bom ponto de partida.

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