Back to blog archive

Confissões de uma mãe médica

Carolyn Voisey por Carolyn Voisey Necessidades adicionais

Carolyn Voisey

Carolyn Voisey

Mãe de um rapazinho incrível, trabalho a tempo inteiro no ensino superior e tenho o meu próprio pequeno negócio como designer/criadora de jóias. Não g...

Confissões de uma mãe médica

Vou ser muito honesta neste post, por favor, tomem isto como um aviso e uma renúncia. Tenciono admitir que ignoro muitas das coisas que os guias parentais nos dizem que devemos, ou melhor, que temos de fazer. E, já agora, fazer muito do que é proibido.

Como mãe recente com um bebé clinicamente complexo, estava aterrorizada por não estar à altura da tarefa que tinha pela frente. Lembra-se do Livro Vermelho dado aos novos pais? Aquele que traça o progresso do bebé ao longo das suas fases vitais de desenvolvimento? Pois é. Nós atirámos o nosso para uma gaveta e ignorámo-lo (o melhor conselho dado por uma profissional de saúde foi - assim que o diagnóstico do Dude chegou, ela disse-me para o pôr onde eu não o pudesse ver).

Já sabíamos que ele estava a lutar pela sua vida, as fases de desenvolvimento não eram a prioridade. Voltei a encontrá-lo na semana anterior ao Natal... uma década depois de ter sido remetido para aquela gaveta, ainda tem o poder de magoar, por isso voltou para lá (debaixo de uma pilha de coisas que não serão necessárias durante ANOS).

A hora de dormir é outro daqueles assuntos em que os especialistas em educação estão de acordo - deitar cedo e ter uma rotina são vitais.

Nesta casa, não. As convulsões, os múltiplos medicamentos, as mudanças regulares de roupa de cama e de vestuário (especialmente nos primeiros anos, antes de os problemas de gastro/refluxo serem mais bem geridos) significavam que a hora de deitar era/é perturbada. Para o dizer de forma educada. Agora, fazemos o que o nosso filho precisa - ele tem a sua própria rotina para a hora de deitar, o que pode significar que algumas noites não se deita antes das 22h, mas noutras já está a dormir às 19h. Aprendemos há muito tempo a não nos preocuparmos com isso: se a atividade convulsiva for elevada, ele precisa de dormir mais. Noutros dias, não precisa.

E quanto ao sono... já dormimos juntos, já ficámos acordados toda a noite enquanto ele dormia num saco de feijões, já dormimos em turnos de 3 horas enquanto o outro estava em vigília, já dormimos em sofás-cama, cadeiras de hospital... durante 3 horas dormimos todos juntos numa sala de jantar, porque era mais seguro do que estarmos no andar de cima e o nosso filho no andar de baixo.

Já fiz o impensável e (preparem-se) peguei no meu filho ao colo enquanto ele adormecia nos meus braços, quando ele era bebé amamentei-o até adormecer quando ele estava com fracturas, quando as convulsões o angustiavam ao ponto de ele ficar inconsolável, tomámos um banho quente a meio da noite e deixámo-lo relaxar enquanto a água quente fazia a sua magia.

Quem me dera que, quando o meu filho foi diagnosticado, eu soubesse o que sei agora.

Que não há problema em fazer as coisas à sua maneira. Que os miúdos médicos já têm problemas suficientes para se preocuparem em seguir o que os "especialistas" dizem. Os seus pais também o fazem. E está tudo bem. Aos 11 anos, o "Dude" é absolutamente épico. E depois de mais de uma década disto, acho que posso dizer com segurança que conseguimos.

Tópicos

Outros artigos de que poderá gostar ...

Não foram encontrados resultados