Pais com necessidades especiais: Viver com ansiedade

Brittney Hinkley
Mãe de 3 rapazes, que estão a envelhecer a cada segundo que passa. Vivendo a vida dia após dia, neste lar agitado, mas abençoado.

Atualmente, as consultas com o meu filho conduzem sempre ao medo e, por fim, à ansiedade.
Não só eu, mas também ele sofre de ansiedade.
Com apenas sete anos de idade, já se encolhe e teme a menção de ter uma consulta médica.
Às vezes olho para trás e desejo que as coisas fossem como eram quando ele era bebé. Tão inocente. Tão inconsciente do que estava para vir, embora os testes e os procedimentos fossem benéficos para ele.
Só se pode mantê-los desprevenidos durante algum tempo.
Procedimentos simples, como uma limpeza dentária de rotina, transformaram-se agora em algo que necessita de anestesia.
Sem algo que lhe acalme os nervos, ou que o anestesie, o meu filho chora, engasga-se e até vomita à tentativa de olhar para a sua boca.
E a parte mais difícil? Tudo isto não facilita as futuras consultas.
Por mais que eu tente explicar que desta vez o procedimento não dói, que é super rápido se colaborarmos, acabamos sempre por sair com mais cicatrizes para além das que ele já tem formadas na memória.
Tem sete anos e vejo-o preocupado com tudo. Há alguma forma de lidar com isso sem medicação?
Sem acrescentar mais um comprimido à sua coleção cada vez maior?
Ainda não falei com um médico sobre o assunto, pois estou a tentar aprender e a trabalhar com ele sozinha.
Só no início da minha vida adulta é que soube que sofria de ansiedade. Escolhi o caminho da medicação.
Mas não tem sido um processo fácil.
Tenho idade suficiente para saber que certas coisas não são como deveriam ser e sou capaz de o comunicar com sucesso ao meu médico.
Podemos trabalhar em conjunto para mudar ou alterar os medicamentos de modo a encontrar a solução adequada.
Mas quando se tem sete anos, a capacidade de o fazer diminui drasticamente.
Por agora, temos de encontrar formas de lidar com a situação e aprender juntos. A vida é sempre um processo de aprendizagem.
Mas, tendo uma criança com necessidades especiais, normalmente damos por nós a ter de encontrar formas de contornar a "norma".
Encontrar o que funciona para nós e continuar a trabalhar com toda a força até deixar de funcionar.
Depois, voltamos aos blocos de construção e começamos de novo.
Viver com ansiedade não é algo que eu queira que impeça o meu filho de viver a sua vida em pleno.
Mas num mundo onde todos os dias há algo com que nos preocuparmos, como é que ultrapassamos isso?