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Sonhando com uma biblioteca para pessoas com necessidades especiais

Stacy Warden por Stacy Warden Necessidades adicionais

Stacy Warden

Stacy Warden

Autor do blogue Noah's Miracle. Noah tinha sofrido "danos globais" no seu cérebro. Como resultado, o prognóstico era sombrio. Disseram que, muito prov...

Sonhando com uma biblioteca para pessoas com necessidades especiais

Não gostavas que, por vezes, existisse uma biblioteca para pessoas com necessidades especiais? E não estou a falar de uma que esteja apenas cheia de livros, mas de uma biblioteca de pessoas que estão a passar pelo mesmo que você num determinado momento. Uma secção de recursos e de apoio para o que precisa exatamente nesse momento.

Há tantas facetas na parentalidade com necessidades especiais. Há uma secção de luto; enquanto estão vivos e quando uma criança já faleceu. Há uma secção de alegria com os "centímetros" e pequenas conquistas que seriam triviais para o mundo exterior. Há uma secção "Estou completamente confuso com o equipamento médico duradouro". Uma secção jurídica para lutar contra uma série de recusas. Uma secção sobre como aprender a estar sozinho e sem um amigo a quem ligar às 4 da manhã quando o seu filho acabou de ter a quinta convulsão da noite e você está assustado.

Um lugar dentro da biblioteca com mesas redondas e cadeiras tão acolhedoras e reconfortantes que pareciam um abraço instantâneo.

Um lugar onde não se está apenas a tirar livros de uma prateleira, mas onde nos sentamos juntos em genuíno apoio e camaradagem. Talvez até sentados apenas em silêncio, porque as palavras são demasiado difíceis de pronunciar, mas com uma compreensão indescritível uns dos outros.

Onde, ao mesmo tempo, não é preciso estar calado e sussurrar e é permitido deixar a alma ecoar o grito de guerra e o desgosto mais alto. Quando praguejar e gritar não era tabu e expressar a nossa dor não tinha de ser suprimido. Quando não se julgava nenhuma das expressões emocionais que se exibiam.

Uma biblioteca que servisse café gratuito e sem fim, porque estamos tão cansados que todas as palavras de qualquer livro estão borradas pela falta de sono. Talvez até um lanche em nome do sempre pregado, mas esquivo, "auto-cuidado".

Uma biblioteca que diz que esta é a minha secção e que estas são as pessoas que estão imersas neste aspeto da parentalidade com necessidades especiais comigo.

Onde pudessem trocar ideias uns com os outros, sem reservas de serem atacados ou feridos pelos vossos pensamentos e sentimentos.

Onde não há taxas de livros em atraso ou multas por precisar de se agarrar a um recurso durante o tempo que for necessário. Os cartões de check-out são uma coisa do passado, onde todos nós operamos no sistema de honra "quando eu conseguir". Onde ninguém o culparia se chegasse atrasado ou tivesse um compromisso anterior mais urgente.

Os bibliotecários seriam pais experientes com necessidades especiais, agora nos seus anos dourados, cheios de compreensão, compaixão, bondade e empatia infinita pelos jovens pais que acabaram de se juntar à viagem. Poderíamos banhar-nos nos seus conhecimentos, perguntar-lhes quais as direcções a seguir e o que evitar.

O nosso lugar seguro para pesquisar e fazer perguntas uns aos outros, longe dos olhares curiosos do progresso e dos fornecedores.

Saber que nos concentrávamos, mesmo que demorássemos horas a encontrar uma solução. O sítio onde se compreendia que os pais e as mães conhecem melhor os seus filhos.

A biblioteca estaria aberta 24 horas por dia, pelo que, se tivesse uma crise à meia-noite, poderia encontrar a secção de que necessitava. Um bibliotecário encontrar-se-ia à porta para garantir que o leitor se orientaria facilmente. Seria recebido com ternura e o bibliotecário oferecer-se-ia para lhe ir buscar o que precisasse.

A que secção da biblioteca se dirigiria em primeiro lugar? Em que ponto da viagem se encontra? Qual é o livro que mais precisa de encontrar?

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