O verão surpreendeu-nos este ano

Emily Sutton
Fui lançada no mundo das necessidades especiais na véspera de Ano Novo de 2012, aquando do nascimento do meu filho, Jenson. Ele é fabuloso, alegre e a...

Férias de verão. Não as estava a temer.
Esperei que descesse, aquele sentimento de medo, desespero, ressentimento. O fim do período aproximava-se e, mesmo assim, nunca chegava.
Eu sabia que ia ser difícil, a quebra de rotina, as exigências e perguntas intermináveis, as lojas de comida espetacularmente falhadas.
Mas havia esperança, um sentimento que era novo para mim. E eu diria mesmo que havia entusiasmo. Sentia-me entusiasmado.
Tínhamos alguns planos ambiciosos. E menos ajuda paga do que nunca.
Fomos aguentando, alguns dias mal conseguíamos sair de casa, enquanto outros dias esmagávamos a vida e ultrapassávamos a barreira do som.
Alguns dias estávamos a pisar a água, outros dias estávamos a navegar. Mas nunca nos afundámos. Cada dia era um desafio novo e fresco. Acho que não houve um dia que terminasse sem que eu sentisse que tinha vencido.
Acampámos. Três vezes!
Até conseguimos tirar as cadeiras de campismo e sentar-nos nelas. Fizemos amigos, em vez de inimigos, dos nossos vizinhos do parque de campismo!
Passámos férias no nosso local preferido em Devon e ficámos maravilhados com o facto de as coisas serem cada vez mais fáceis em comparação com as mesmas actividades nos anos anteriores.
Comemos fora, em família, com menos dramatismo do que nunca, e dei por mim a apreciar o momento, sem pressa de que acabasse.
Tínhamos encontros para brincar e, apesar das muitas, muitas conversas inacabadas, também me sentia muito menos um zombie social do que alguma vez me senti.
Levei os dois filhos a sítios que, no ano passado, nem sequer sonhava ir sozinha.
Teria eu aprendido com os anos anteriores e alterado as minhas expectativas? Teriam os outros mudado as suas?
A família, os amigos, com quem antes era perigoso e doloroso conviver, apesar dos planos mais bem elaborados... de alguma forma, este ano encontrámos uma forma de harmonia.
Acreditei em mim este verão, mas, além disso, acreditei nele. E ele confiou em mim.
Hoje voltou para a escola e este é o primeiro ano em que posso dizer com toda a sinceridade que tenho saudades dele.