Para sempre

Marissa Sweat Evans
Sou mãe e defensora do meu filho, bem como de outras pessoas com deficiência. O meu filho mais velho foi diagnosticado com paralisia cerebral, epileps...

Já me perguntaram como é que me sinto sabendo que nunca serei um ninho vazio? E antes de me fazerem esta pergunta, nunca tinha pensado nisso. Acho que porque sabia que o Jaylen teria de ficar ao nosso cuidado para o resto das nossas vidas. Sempre que falámos do nosso futuro, pensámos sempre em comprar uma caravana e viajar pelo mundo com ele.
Sei que um dia as nossas filhas vão acabar o liceu e ir para a universidade. Um dia terão as suas próprias famílias. E embora só de pensar nisso eu fique emocionalmente destroçada, ainda temos o nosso filho que não vai poder experimentar essas coisas. Por isso, temos de criar a melhor vida possível para ele. E é isso que vamos fazer.
O nosso filho é o mais velho dos nossos três filhos e o nosso único rapaz. Tem paralisia cerebral, autismo, epilepsia e alguns outros problemas de saúde. Depende totalmente de nós para cuidar dele. Consegue gatinhar e faz muito mais do que aquilo que se esperava dele à nascença. Mas, infelizmente, não é suficiente para que ele possa viver neste mundo sozinho. O que faz dele o nosso ninho eterno.
Tenho de admitir que me entristece o facto de ele nunca vir a experimentar a vida universitária ou de um dia vir a ser pai. Mas prometi-lhe que iríamos sair e ver o mundo juntos. Embora a vida lhe tenha dado algumas limitações, recuso-me a permitir que essas limitações o limitem. E mesmo que ele não possa fazer coisas que outras pessoas da sua idade possam fazer. Ele continuará a viver a melhor vida possível que lhe podemos dar.
Nunca pensei que eu fosse um ninho eterno. Sabia apenas que estaríamos sempre juntos. E só de pensar nisso nunca fiquei triste nem olhei para isso de outra forma. É apenas o que tenho de fazer e o que adoro fazer.