Perder a independência

Naomi Aldridge
Sou uma blogger especializada em necessidades especiais que escreve sobre o meu percurso e o do meu filho com necessidades especiais. Adoro ser mãe do...

Houve uma altura, não há muito tempo, em que eu conseguia levantar e manobrar o Ethan sem qualquer esforço. Costumava levantar a cadeira de rodas para dentro e para fora da bagageira e depois transferia o Ethan para dentro e para fora do carro, para a sua cadeira. Há cerca de 4 anos que o levanto em casa, principalmente para poupar as minhas costas, e há 2 anos que temos o nosso carro acessível a cadeiras de rodas. Ele ficou cada vez mais pesado, especialmente no último ano!
Hoje é a segunda vez que tenho de usar um guincho quando estou sozinha no hospital. Normalmente, só o levanto para o pesar ou para a cama para fazer um exame, mas agora nem isso consigo fazer. Agora tenho de ser aquela pessoa irritante que pede que nos tragam o guincho para o pesar!
De momento, tenho de o fazer sozinho.
Muito poucos locais onde nos deslocamos são totalmente acessíveis. Isto inclui alguns dos hospitais que visitamos. Apenas um dos quatro que visitamos tem, de momento, vestiários adequados. Isto vai fazer com que seja mais difícil para mim ir sozinha aos hospitais, o que, neste momento, tenho de fazer sozinha. Sempre fiz a maior parte das consultas hospitalares sozinha, porque o pai e o padrasto do Ethan trabalham. Gosto de ser independente e está a tornar-se muito claro que, à medida que o Ethan cresce, essa independência vai desaparecer.
Esta é a realidade!
Devia poder levar o meu filho a passear sozinho e não ter de me preocupar com o facto de ter de o deixar ao fim de algumas horas, quando o penso muda. Não devia ter de depender de outros para me ajudarem a levantá-lo para satisfazer as suas necessidades básicas. Ele não devia ter de ficar na cadeira durante um dia inteiro sem se esticar porque não há nada que o ajude a sair da cadeira. Mas esta é a nossa realidade e a de famílias como a nossa à medida que os nossos filhos envelhecem.
Não deveria ser algo que temos de aceitar, como tudo o resto que advém de ter um filho deficiente, especialmente nos hospitais que tratam os nossos filhos deficientes.